Oriundos do concelho de Sintra, mais propriamente de Algueirão-Mem Martins, os Rádio Macau serão uma das bandas mais importantes da segunda metade dos anos 1980 e na primeira de 1990. Ainda gravarão neste século, mas tudo leva a crer que a banda fechou o seu ciclo.
Quando surgem, discograficamente falando, já o boom do rock português estava esvaziado: lançam o primeiro disco, o LP homónimo, em 1984. Porém, dois dos seus músicos, Emanuel Ramalho e Filipe Valentim já tinham um percurso em bandas com discos lançados, sobretudo o primeiro. Também conhecido como Flash Gordon, alcunha que ganha pela sua passagem nos Corpo Diplomático, milita nesta banda e, já em pleno boom, nos Street Kids. Encontra-se depois com Filipe no grupo Popeline Beije, um som mais new wave e marcado pelos sintetizadores.
No entanto, os Rádio Macau emergem sobretudo dos três elementos de Algueirão-Mem Martins: Xana, Flak e Alex. Estes dois últimos tinham, no fim dos anos 1970/princípio de 1980, um projecto musical denominado Crânio, que chegou a actuar no antigo Liceu de Sintra (hoje Escola Secundária de Santa Maria). Mais tarde (1983), Xana incorporará a banda como vocalista.
Após o primeiro registo em 33 rotações e o seu sucessor "Spleen", terão sucesso sobretudo com o terceiro álbum, "O Elevador da Glória" (1987) – com a particularidade de ter três capas com cores diferentes: azul, magenta e verde –, nomeadamente através do tema extraído para single, "Anzol". Nesta fase, o baterista já era Beto Garcia (que, entre outros projectos milita hoje nos Ena Pá 2000). Esta é uma particularidade da banda, o facto de ter incorporado diversos bateristas ao longo da sua existência: além dos referidos Ramalho e Beto, ainda ocuparam o lugar Fred e Samuel Palitos.
Em 1993, após sete álbuns, suspendem a actividade por cansaço e vontade de abraçar novos projectos. Regressarão quase no fim da década com o seu oitavo álbum, exactamente designado como "8" (1998) e, dezasseis anos depois, deixam um último registo numa edição da revista Blitz: "Space Monster MXMLXXXI - MMXIV".
Ainda hoje são claramente recordados como uma das bandas mais influentes portuguesas, sobressaindo criatividade e competência musicais, bem como a marcante voz de Xana, uma das melhores da sua geração.
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Tem três discos presentes no museu.
